quinta-feira, 4 de março de 2010

quando as nossas mãos não chegam

Quando as nossas mãos não chegam, paramos e ficamos a olhar o mar...E as lágrimas escorrem cara abaixo. Eu, dentro do meu automóvel verde. Tu, noutro automóvel qualquer cuja cor não conheço. Ambas choramos para poder respirar, como se todo o ar que possuímos nos fosse tirado, e nós impotentes, choramos.

Quando já nem me chegam as palavras, calo-me e fico com a impressão de que isso chega para me manter feliz. Mas não chega, calar-me é o meu pior tormento e por isso expludo em palavras que me saem da boca vindas directas do coração.

Elas não param, nem sequer descansam, já são palavras com lágrimas e lágrimas com palavras. E vejo-te no mar. E vejo-te na paragem de autocarro e no sinal verde. E vejo-te sentada à beira da minha cama, e vejo-te nos meus braços. À minha frente, serena, calada. E eu serena e calada.

A seguir, conduzo de novo o meu carro verde, contigo ao lado. E tu, carregas no colo a minha mão direita. Seguimos em direcção ao mar e quando as nossas mãos não chegam ficamos caladas a olhar o mar.

Sem comentários:

Enviar um comentário